Programa De Grão em Grão – Fundação Cargill (2002 a 2005)
Em 2002, Lula assumiu o seu primeiro mandato como presidente e lançou o projeto Fome Zero. Como gestor de Assuntos Corporativos da Cargill, estudei o projeto e conversei com vários interlocutores em Brasília para perceber como a Cargill poderia participar no projeto. Concebi então o programa De Grão em Grão, patrocinado pela Fundação Cargill, pela Cargill Foundation (EUA) e pelas unidades de negócio da Cargill Brasil. Foi um grande desafio, vencido graças ao trabalho de equipas internas e externas. Estabeleci fortes parcerias com profissionais que contribuíram para o programa ter êxito em 178 escolas públicas de 16 cidades e alcançar, no seu primeiro ano, 57 mil crianças e suas famílias. Destaco, entre eles: Sergio Barroso, na altura presidente da Cargill Brasil e da Fundação Cargill; João Clemente, colega e engenheiro agrónomo essencial na implementação do programa em todo o Brasil; José Geraldo Rocha, pedagogo e autor de teatro; J.A. Tiradentes, diretor criativo. Estes dois últimos profissionais foram responsáveis pelo conteúdo e design criativo desde a logomarca até à conceção e produção dos livros para alunos, professores e comunidades. Durante os seus 11 anos, o programa gerou cerca de 900 toneladas de alimentos e beneficiou meio milhão de pessoas.

Projeto Cristo Redentor – Elevadores Otis (2001)
Quem já subiu ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, nem sequer imagina a emoção que foi a instalação das escadas rolantes naquelas resistentes rochas no início de um dia no final de 2001. Conduzir um projeto de comunicação é muito mais do que conceber ideias e coordenar equipas e interesses diversos. É preciso fazer com que a ideia se conecte com as pessoas dentro e fora da empresa. Esse foi o objetivo do projeto da instalação de escadas rolantes e elevador num dos pontos mais icônicos do mundo. Fui responsável por representar a Otis Elevadores junto à Fundação Roberto Marinho e cuidar da comunicação da marca, pensando antes, durante e após a instalação dos equipamentos. Isso envolveu ir à Alemanha para perceber a fabricação dos equipamentos, o projeto de engenharia e a sua complexidade – estamos a falar de ventos que podem chegar a 230 quilómetros por hora. Treinar a equipa de profissionais de campo para trabalharem no meio dos turistas, registar todas as etapas com os parceiros da iniciativa. Por fim, concebi o guião e o storyboard do vídeo sobre esse projeto para a celebração global dos 150 anos dos Elevadores Otis. A minha jornada profissional levou-me a outra empresa antes da inauguração do projeto, mas o sentimento de orgulho permanece até hoje e a cada visita ao magnífico Cristo Redentor, subindo pelas escadas rolantes, claro! Gostaria de destacar a confiança de Ricardo Monté, o meu chefe e, na altura, vice-presidente dos Elevadores Otis, responsável pela América Latina. Destaco também o comprometimento de Priscila Gallego, que estava na minha equipa, e de Lucia Nunes, que atendia a empresa através de uma agência de assessoria de imprensa.

Projeto brinde e ação sócio-cultural – Boehringer Ingelheim (1996-1997)
Como transformar um desafio num sucesso internacional e fazer milhares de pessoas felizes no Natal? Essa história começa em meados de 1996, quando Henning Manthé, diretor-geral da Boehringer Ingelheim no Brasil, me propôs um desafio – produzir um CD para presentear os clientes da empresa, especialmente todos os médicos no Brasil, a ser gravado pelo grupo amador de música clássica “Barroco na Bahia” com 10 músicas que representassem a tradição natalícia em 10 países.
A ideia concretiza-se 14 meses depois com o CD “Cantos para uma Noite Feliz” com músicas executadas pelo coro de câmara e orquestra de jovens amadores regidos pelo maestro e padre Hans Bönisch e gravado na Catedral Basílica de Salvador. Os números foram impressionantes: uma tiragem total de 160 mil exemplares do kit brinde (CD, folheto nas versões português, inglês e espanhol com letras originais e resumo da história da peça musical), 20 músicas em 11 idiomas originais ou em latim. Algumas músicas populares nunca tinham sido gravadas. A ilustração foi feita com fotos de peças do Museu de Arte Sacra da Bahia. Outras ações do projeto: revista contando os bastidores do projeto com fitas cassete (na altura nem todos tinham acesso a leitores de CD) para os funcionários; envio de 300 pen drives para os jornalistas. Houve uma bênção especial do Papa João Paulo II à empresa e aos seus funcionários (ele recebeu pessoalmente o CD do Cardeal Dom Lucas Moreira Neves, um entusiasta do grupo baiano). Este projeto mostra que um líder precisa ter uma certa dose de paixão pelo compartilhamento do conhecimento universal, além dos seus produtos e resultados financeiros. Nesse sentido, quero agradecer a Henning Manthé, o meu chefe na Boehringer Ingelheim, que confiou no meu trabalho, na minha experiência, audácia e recomendações – mesmo que nem sempre gostasse de ouvir. Destaco a parceria fundamental de: Anneliese Helga Daamen Brunetti, a minha secretária e ‘anjo da guarda’; Carlos Nahum, o gestor de Marketing, meu colega e parceiro no projeto. Destaco ainda os parceiros externos: Silvia Dias, na altura executiva da CDI, agência de comunicação que atendia à empresa, a agência de publicidade DPTO e a gráfica Pancrom – fornecedores que também deram seu apoio institucional.

Livro Cinco Séculos de Ousadia – Fundação Cargill (2004 – 2005)
Contar a história do açúcar e, consequentemente, do álcool e do etanol no Brasil e ainda homenagear os produtores pioneiros no Brasil. Esse foi o desafio proposto por Francisco Vassellucci, então diretor da Unidade de Negócios Açúcar da Cargill. Na altura, eu também era responsável pela produção editorial da Fundação Cargill. Depois de consultar um conceituado consultor do mercado, cheguei aos nomes de Moacyr Castro e de Fernando Brisolla de Oliveira, jornalistas experientes que atendiam o setor em Ribeirão Preto. Os 500 anos de história foram contados em 164 páginas, em capítulos que incluíam pequenas histórias pitorescas coletadas ao longo de décadas pelos autores. Para ilustrar, ninguém menos que Delfim Martins, um fotógrafo conceituado com experiência no campo e ótimas ideias para tornar a narrativa mais atrativa. Este projeto não teria um final feliz sem a participação de Vicky Lee, que fazia parte da minha equipa na Cargill como coordenadora de serviços de marketing. Importante reconhecer que este projeto não teria existido com a excelência em qualidade de conteúdo e imagens sem o apoio financeiro da unidade de negócios de açúcar da Cargill Brasil e sem os produtores de açúcar que abriram as portas das suas fazendas e dedicaram tempo para fornecimento de informações e dados.